quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Falta de Infraestrutura para Bicicletas em Maringá - Intodutório

Maringá é uma cidade que sempre se vendeu como ecológica, como uma cidade verde... De certa forma isso é verdadeiro, pois temos grandes áreas com vegetação abundante, principalmente nas áreas centrais. O que é certo dizer é que Maringá é uma cidade que foi pintada de verde, principalmente pelas campanhas publicitárias realizadas pelo poder público, e que possui diversos problemas ambientais (cf. o livro "Maringá Verde? O desafio ambiental da gestão das cidades", de Júlio César Garcia). Um dos principais problemas, que não é apenas ambiental mas também social e estrutural urbanisticamente falando, é o da utilização excessiva do transporte individual motorizado. Segundo dados do Detran/PR, a frota de veículos em Maringá chegou aos exorbitantes 245.354 veículos no mes de Junho de 2011, sem contar os veículos emplacados em outros municípios que rodam em nossas ruas. Nos horários de pico temos diversos problemas relacionados ao fluxo excessivo de veículos em nossas ruas, problemas esses que antes eram comuns aos grandes centros urbanos.
De outro lado, nosso sistema de transporte público possui diversos problemas, e que não possuem ao meu ver um tratamento adequado e pelo o que se encaminham tão cedo terão melhorias. Horários esparsos, excesso de passageiros dentro dos carros nos horários de pico, tarifa alta, são diversos problemas que se apresentam aos seus usuários. Esses problemas fazem que cada vez mais usuários iniciem a utilização de outros meios de transporte, principalmente os indviduais motorizados, como automóveis e motocicletas que, com a melhoria das condições de compra se tornaram mais acessíveis para aquisição. Existem algumas alternativas para a superação desses problemas. Uma delas seria a melhoria substancial das condições de utilização dos meios de transporte públicos, mas essa é uma discussão para depois...
Além da melhoria dos transportes públicos, outra alternativa que considero essencial são as bicicletas, tão discriminadas, consideradas "transporte de pobre", são um meio de transporte que une diversos aspectos positivos, nos quais destaco: poluição zero (ou quase), ocupação de um espaço reduzido dentro do trânsito e a melhoria da qualidade de vida de seu usuário. Nossa cidade sofre com uma carência muito grande de infraestruturas para a utilização de bicicletas no cotidiano das pessoas. Como disse, acredito que a bicicleta é um dos meios estratégicos para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, hoje povoadas pelos meios de transporte motorizados, principalmente os automóveis. Para a superação dessa situação, se faz necessário a implantação de uma infraestrutura mínima para que o pretenso ciclista possa utilizar diariamente a bicicleta em seus deslocamentos diários. Duas infraestruturas que creio serem importantes e que são quase que totalmente negligenciadas são as ciclovias e os locais para estacionamento de bicicletas, os famosos bicicletários.
Temos duas ciclovias em nossa cidade, que estão na Av. Pedro Taques e Mandacaru. É alguma coisa já, mas ainda são intervenções muito incipientes por parte do poder público. O que deve ser criticado é que essas ciclovias possuem um sentido mais ou menos paralelo Norte-Sul, enquanto isso não existe nada que abranja um sentido perpendicular, como uma Av. Colombo e Brasil, o ciclista acaba por fazer um trecho misto ciclovia/trãnsito compartilhado. Tenho algumas críticas às ciclovias, principalmente no que concerne à questão da segregação que ela promove, mas esse é um assunto pra outra hora.
Sobre os locais pra estacionamento e guarda de bicicletas, estes são de extrema importância para quem utiliza a bicicleta cotidianamente. É muito importante que o ciclista quando ir ao banco, supermercado, shopping, possuir a tranqulidade necessária para realizar suas atividades. São muito poucas estruturas preparadas para o estacionamento de bicicletas em Maringá, e as existentes são inadequadas para se prender uma bicicleta com segurança. Para a resolução desses problemas, temos dois agentes que são importantes: o poder público para a colocação de bicicletários públicos, principalmente perto do terminal de ônibus, já visando aí a integração modal; e os estabelecimentos comerciais, que devem oferecer os bicicletários ou algo que o valha para seus clientes, para que o ciclista realize suas atividades com a tranquilidade necessária. O Legislativo poderia também colocar uma legislação obrigando alguns estabelecimentos comerciais a oferecerem bicicletários adequados para a guarda das bicicletas dos ciientes, mas esse é um outro assunto também, que se fosse votado mesmo creio que seria bem polêmico...
É isso aí pessoal, uma das minhas inquetações sobre a Mobilidade Urbana em Maringá, gostaria de ouvir as discussões dos amigos, breve pretendo escrever mais coisas...

Um Abraço!

Ciclovias são solução, ou são parte do problema??

As vezes me pego pensando nisso. Quais é o verdadeiro papel de uma ciclovia no conjunto da Mobilidade Urbana, será que é mesmo proteger o cicilsta, ou é segregar o ciclista numa faixa, fazendo que este não atrapalhe o fluxo dos veículos motorizados nas vias normais.
Não posso falar em outras cidades, onde nunca andei, mas posso falar por Maringá, que é onde moro e utilizo a bicicleta como meio de transporte diário. As duas ciclovias que temos aqui (Av. Mandacaru e Av. Pedro Taques) não possuem ao meu ver boas condições de utilização, em várias partes ela possui imperfeições no seu piso, sem contar o que considero o maior problema, que é a utilização indevida por parte dos pedestres para as caminhadas de fim de tarde, é muito complicado ter que ficar reduzindo o passo a cada 20 metros pra pedir passagem a uma pessoa que está obstruindo seu caminho. Obiviamente que nessa situação se evidencia um outro problema, que é a falta de espaços públicos para a prática de atividades físicas, mas isso é um caso pra discussão posterior.
Outra coisa que tenho pensado é no papel segregatório que as ciclovias impõem ao ciclista no conjunto da Mobilidade Urbana. Claro que eu sei que o uso delas não é obrigatório, mas ao meu ver a situação ideal seria que os ciclistas e os outros componentes da Mobilidade Urbana convivessem em harmonia, utilizando de forma ordeira os mesmos trechos de via. Há algum tempo, passei a deixar de usar as ciclovias pra andar junto ao tráfego, vejo que faço o mesmo trecho em menos tempo, e ao meu ver, andando corretamente se minimiza os riscos de acidentes. Obviamente que os riscos existem, tanto andando na ciclovia (como já ocorreu na Av. Mandacaru, que um automóvel invadiu a ciclovia e matou um cicilsta prensado numa árvore), quanto se andando junto ao tráfego comum, mas para isso se faz importante o uso de todos os equipamentos de segurança necessários (iluminação, capacete e luvas)...
É isso aí pessoal, conforme prometi, vou colocando aqui alguns textos pra discussão desse temas que envolvem a Mobilidade Urbana, com os olhos voltados para a problemática maringaense...

Abraços a todos!!

Por amor à Bicicleta 2: e a necessidade de destruir alguns preconceitos...

Está sendo muito bom escrever sobre esse tema por aqui, tema este que para mim é cotidiano e fascinante. É importante, creio eu, usarmos de todos os meios possíveis para promover a bicicleta como alternativa viável para a mobilidade urbana em nossas cidades. Fico lisonjeado de poder receber as respostas positivas dos colegas ciclistas sobre esses meus escritos...
O que gostaria de falar nesse momento, é sobre a necessidade de se rever alguns "lugares comuns", de certa forma, preconceitos que pairam sobre as pessoas que optam pela bicicleta como seu meio de transporte principal. A bicicleta, infelizmente, ainda é tratada como "coisa de criança", "coisa de pobre", "coisa de maloqueiro".
Vivemos em uma sociedade onde o "ter" se sobrepõe de uma maneira muito assertiva ao "ser". A posse de determinados objetos, nesse caso o carro, significa, principalmente nas relações mais superficiais entre diferentes pessoas, um "certificado" de sucesso, de aquele cara que venceu na vida... Em nosso país, esse senso comum é reforçado ainda mais pela verdadeira paixão que boa parte dos brasileiros possuem pelos carros. O carro, pra muitas pessoas, é um sonho de consumo, tratado as vezes como objetivo principal de vida de certas pessoas. Vivem por e para seus carros, dispensam boa parte de seu orçamento mensal para a manutenção dispendiosa desse meio de transporte, quando não adquirem seu "objeto desejado" em financiamentos longos, fazendo a alegria das financeiras... Se preocupam mais em ter um carro novo, possante, do que em possuir uma residência própria.
É um fato, para o senso comum, dirigir um carro considerado "bom", é um atestado de que este condutor tem uma boa ocupação, é bem sucedido, venceu na vida. Mesmo que os condutores tenham que se submeter aos inúmeros problemas causados pelo uso inadequado do transporte individual, estes se orgulham de ter seu bom carro, e não cogitam trocar ele por outro transporte, que ele interpreta como "coisa de pobre". Por sua vez, as pessoas que optam por utilizar outro meio de transporte que não seja o individual, são tratadas à parte, quase que marginalizadas, ouso dizer. Aqueles estereótipos que citei no início do meu texto, são aplicados para essas pessoas, mesmo que não externalizados por elas. Claro que muitos que utilizam outros meios de transporte que não sejam o carro, o fazem por não ter condições de utilizar um, e sonham em dirigir seus carros, não tendo consciência dos benefícios que o uso dos transportes alternativos proporcionam a todos. Mas posso dizer com satisfação, que muitas pessoas estão trocando os carros por outro meio de transporte em seus deslocamentos diários, principalmente pelas bicicletas.
Como mudar esse quadro?? Infelizmente é algo difícil, considerando como a nossa sociedade capitalista é constituida atualmente... Mas vejo, com otmismo, muitas iniciativas para a promoção do uso diário da bicicleta. Muitas pessoas estão tomando consciência, e fazendo sua parte. Existem muitos problemas que afastam as pessoas dessa troca, que discutirei depois, a solução deles é um ponto primordial para dizermos: "venham para o lado ciclístico da força" (tive que fazer essa piada, kkkk)

Muito obrigado a todos, até mais!!

Por amor á Bicicleta...

Em primeiro lugar gostaria de fazer uma confissão e um pedido de desculpas. Sou um cara muito tímido, sempre que vou às bicicletadas fico apenas observando, não sou expontâneo nem um free talker... É algo que confesso que preciso tratar com urgência. Porém, com o texto escrito, consigo expor meus sentimentos e opiniões de uma forma mais eloquente... É isso que pretendo aqui...
Hoje, 20 de Dezembro de 2011, voltando para casa depois de um dia de trabalho, estava refletindo sobre alguns
aspectos da minha vida, especialmente sobre como foi bom reencontrar em meados de 2009 uma grande amiga que há muitos anos tinha esquecido... essa grande amiga se chama Bicicleta!! Em minha infância, nunca liguei muito para pedalar, na verdade aprendi a andar com quase oito anos (sic), e andei pouco realmente... Não sei dizer o que acontecia, minha irmã aprendeu mais cedo a pedalar, ela utilizou mais nossa antiga Monark roxa, até que ela também cansou e meus pais passaram essa Monark pra uma prima... No Ensino Médio, ensaiei uma reatação com a bicicleta, peguei uma Sundown RainDrop de meu tio, e por poucos dias tentei ir ao colégio pedalando. Mas infelizmente era uma bicicleta muito ruim de pedalar, e ainda não tinha chegado a paixão que eu iria desenvolver depois...
Minha atenção às bicicletas se iniciou quando do meu ingresso como servidor da Universidade Estadual de Maringá em meados de 2009. A princípio utilizava o transporte público, já que os passes eram fornecidos pela Uem. Comecei a observar que muitos dos meus colegas, vários deles com mais de sessenta anos, utilizam a bicicleta pra ir ao trabalho. Além disso se somou a essa observação a minha insatisfação com o transporte público, que sempre considerei precário e caro, infelizmente...
A primeira bicicleta que adquiri para iniciar as minhas pedaladas foi uma Barra Circular preta, que paguei 80 reais. Era uma bicicleta simples, mas que iria me atender perfeitamente para meus deslocamentos diários... Ah, como foi bom sentir a liberdade de se pedalar!! O prazer de um deslocamento rápido, e com custo quase zero... foi algo inenarrável!! Podia me deslocar, mantendo minha forma física, com baixo custo, e podendo efetivamente "sentir" a cidade, coisa que dentro de um ônibus e principalmente de um automóvel, é bem mais limitada de se acontecer... Logo após, um colega meu fez uma operação no joelho, e necessitava de uma bicicleta com o quadro mais baixo, e troquei essa Barra Circular por uma Peugeot, que possuía um quadro mais alto, mas era igualmente confortável...
No fim de 2010, pude adquirir uma nova bicicleta, uma Alfameq, do meu tamanho!! As outras bicicletas eram bacanas de pedalar, mas nem se comparam a uma bicicleta de alumínio com um grupo Shimano (apesar de considerar o sistema monomarcha mais confiável...) Desde então apenas realizo as manutenções necessárias e coloquei alguns itens de segurança, além de capacete e luvas...
Vou para todos os lugares com minha bicicleta, apesar de tantos problemas que os ciclistas passam nos seus deslocamentos, como a falta de espaços para a guarda das bicicletas, o desrespeito dos outros ciclistas, enfim... Ela pra mim é muito mais do que ir de um local a outro, ela é um divertimento, posso dizer sem medo, uma verdadeira terapia, tanto pro corpo quanto pra alma... perdi cinco quilos desde que comecei a pedalar, tenho uma saúde excelente... Muitos dizem que a bicicleta é coisa de criança, de vagabundo, de pobre, e ser bem sucedido é andar com um lustroso automóvel, mesmo que você esteja até o pescoço por conta dos custos dispendiosos desse meio de transporte. Tenho pena dessas pessoas, e gostaria de fazer o que for possível para retirar essa concepção equivocada do ciclista urbano. Não tenho a menor pretensão de possuir automóvel, pra mim sinceramente é um dinheiro perdido, que posso gastar em outras coisas muito mais prazeirosas, mesmo sendo um cara solteiro (é fato, a maioria das mulheres não gostariam de sair com um cara que não dirige) procurando uma pessoa bacana que não ligue para a minha opção... enfim
Enfim, esse é um depoimento de um cara que considera a bicicleta seu meio de transporte preferido, e que tentará batalhar para que esse sentimento seja repassado para cada vez mais pessoas!! Gostaria de desenvolver melhor essas idéias, e quem sabe construir algo mais elaborado com o intuíto de trazer mais pessoas para a causa da bicicleta!!

Abraços a quem se interessou em ler esse post... Abraços!!